Sob este lema, tivemos, nos dias 10, 11 e 12 de setembro de 2010, uma das mais vibrantes reuniões já vividas pela Turma de 67 da EPCAR – Turma de 70 do CFPM. Em comemoração aos quarenta anos da passagem da primeira turma de alunos pelo Centro de Formação de Pilotos Militares – CFPM – que coincidiu também com os quarenta anos de ativação daquele Centro, conseguimos um feito histórico: reunir não só os ex-alunos, pioneiros, mas, - e com muito orgulho -, trinta e quatro dos seus instrutores daquela época. O evento, realizado na Base Aérea de Natal, palco dos treinamentos iniciais de vôo da Turma de 1970 do CFPM, contou com a presença dos Tenentes-Brigadeiros do Ar Juniti Saito, Comandante da Aeronáutica; William de Oliveira Barros, Ministro do Superior Tribunal Militar; e Brigadeiro do Ar Clóvis de Athayde Bohrer, Subcomandante do CFPM quando, na época, comandava o Brigadeiro do Ar Ismael da Motta Paes, hoje, infelizmente, não mais entre nós. O primeiro momento desse encontro, o Coquetel de Boas-Vindas aos ex-alunos, instrutores e convidados, ocorrido na sexta-feira à noite na Cervejaria Continental, já dava um prenúncio do que ocorreria no dia seguinte, dia principal do encontro.
E não deu outra… O sábado foi de grandes emoções. Pela manhã, no Cine Navy, após recebermos os crachás, nosso Coordenador de Turma, Estácio, iniciou o evento. Primeiramente agradeceu a todos os que contribuíram para que o nosso encontro fosse realizado: o Comando da BANT, nossa equipe de Natal, representada pelo Corrêa da Cunha, Petrauskas e Mariano; nossos ex-instrutores e, por fim, os ex-alunos e seus familiares. Ao incansável pessoal da Base Aérea o agradecimento se consolidou através da entrega de uma placa alusiva à data, ao Cabo Antenor Mateus da Silva Junior, que representava ali toda a equipe da BANT, que, independente de posto ou graduação, de muitas maneiras trabalhou para que esse evento transcorresse da melhor forma possível. E não falharam nessa missão, diga-se de passagem.
Depois disso, tivemos a oportunidade de assistir, através de um data show apresentado pelo Corrêa da Cunha, a um Resumo Cronológico de Eventos relacionados ao CFPM, como se segue:
O Brigadeiro Athayde completou, fazendo outra apresentação, com lembranças dos velhos tempos do CFPM. Nessa apresentação menção foi feita às quatro Turmas que por lá passaram. Muitas fotos foram apresentadas. Grandes lembranças!
Após o data show, o que se viu foram momentos de grande emoção. Pudemos acompanhar três belíssimos e emocionantes discursos: o primeiro, proferido pelo Brigadeiro Athayde; o segundo, pelo nosso dileto amigo de Turma, Ten Brig Azevedo; por fim, mas não menos emocionante, o discurso de improviso do Ten Brig William, que, ao contrário dos dois primeiros, preferiu discorrer sobre as reminiscências de quarenta anos atrás, simplesmente lendo para os presentes a sua – ainda viva – caderneta de instrução de vôo, com os registros das instruções dadas aos seus alunos naquela época, entre os quais, o TB Azevedo. Detalhe: na caderneta consta o nome dos alunos avaliados, com o ano, mês, dia, hora e minutos dos treinamentos e avaliações realizados. Imaginem a emoção e o orgulho, perante os familiares ali presentes, dos citados pelo TB William em sua caderneta. Foi demais!...
À exceção do discurso improvisado do Ten Brig William, cujo texto, obviamente, não temos, achamos altamente relevante a publicação dos dois primeiros, na ordem em que foram lidos. Discurso do Exmo. Sr. Brigadeiro do Ar Clóvis de Athayde BohrerComo decano do grupo dos que tiveram a ventura e o privilégio de servir no CFPM, na qualidade de instrutores, em seu primeiro ano de atividades, cabe-me dirigir aos nossos estimados ex-alunos e com que satisfação o faço nossa saudação e os mais efusivos cumprimentos neste dia que é de festa para vós e para vossas famílias. Desejo, igualmente, expressar nosso profundo agradecimento pelo honroso convite com que fomos distinguidos para compartilhar das justas comemorações relativas aos 40 anos da vossa diplomação como Pilotos Militares da Força Aérea Brasileira. Inicialmente desejo assinalar minha emoção por voltar a esta plataforma que tantas vezes ocupei, quarenta anos atrás, tendo por ouvintes não somente Alunos, mas também jovens Instrutores. Hoje aqui estou não mais na qualidade de Chefe que se dirigia a jovens que aqui chegaram cheios de sonhos, mas com um só propósito: atingir o objetivo que era o seu ideal, ser oficial aviador da Força Aérea Brasileira! Deus concedeu-me a graça de, aos 86 anos, aqui estar com saúde na ocasião em que comemorais os 40 anos da ativação do CFPM e da formatura da 1ª turma por ele diplomada, a vossa turma, fatos que marcaram o início de uma nova era para nossa Corporação, conforme assinalou o então Ministro da Aeronáutica, Ten Brig do Ar Márcio de Souza e Mello, idealizador e criador daquela saudosa Organização, em sua Ordem do Dia alusiva à cerimônia da vossa formatura: "A data de 16 de dezembro de 1970 reveste-¬se de cunho muito especial para a Força Aérea Brasileira porque assinala um marco de realizações positivas na obra de reestruturação do Ministério da Aeronáutica. A solenidade de formatura da primeira turma de alunos do Centro de Formação de Pilotos Militares significa, com efeito, a supremacia da concepção de que o vôo é a atividade primordial na preparação dos aviadores e, mais ainda, traduz a compreensão de que o complementar há de seguir-se ao essencial, importando não confundir os requisitos que devem preponderar a seu tempo ao longo de um progressivo e laborioso ofício". Após registrar algumas considerações elogiosas à Unidade, acrescenta o Ministro Márcio em sua mensagem: "Os acontecimentos relacionados à instalação e ao funcionamento do Centro de Formação de Pilotos Militares em 1970, o seu ano inicial, adquirem, por sua eloqüência, as condições de registro na História, por isto não poderíamos deixar de referi-los, ainda que sinteticamente. "Segue-se, então, a citação de dados referentes às atividades desenvolvidas pelo CFPM em 1970. E vós, integrantes da Turma de 1970, fostes os principais protagonistas desses fatos que, conforme citado, "pela sua eloqüência e significado adquirem as condições de registro na História." Sou feliz e afortunado, não apenas por ter também vivido esses fatos, mas, principalmente, por estar aqui comemorando-os com os meus ex-alunos. Quando comemoramos alguma coisa, trazemos para o presente fatos vividos no passado, o que nos leva a doces e emocionadas recordações. Porque quem vive o que faz, jamais esquece os momentos que viveu, não importa a época em que eles ocorreram. E a recordação dos 40 anos da vossa formatura não poderia ser diferente. E, como recordar é viver, permitam-me trazer para o presente algumas passagens daquela época que marcaram profundamente a vida profissional tanto dos que tinham a nobre missão de instruir como a daqueles a quem cabia aprender a vossa vida, estimados alunos da Turma de 1970! Com que emoção recordo os obstáculos que todos nós, instrutores e alunos, chefes e subordinados, nos diversos escalões, enfrentamos e vencemos para que pudéssemos cumprir a missão que nos fora confiada, obstáculos cuja remoção fugia, muitas vezes, ao alcance de uns e outros. Mas também com que emoção recordo a alegria e a satisfação que todos experimentávamos quando eles eram transpostos e vencidos! Bem presente está a lembrança de que na véspera da ativação do CFPM nenhuma aeronave ainda havia chegado a Natal. E a instrução tinha que começar! Mas bem presente está também a emoção que a todos contagiou quando pouco antes da cerimônia de ativação da Unidade que teve a presença do Ministro da Aeronáutica, o ronco dos motores anunciou a chegada da 1ª esquadrilha de T-23! Como esquecer: - o esforço quase sobre-humano desenvolvido pelo piloto de provas da Embraer, o saudoso Cel Sousa Barros, meu colega de turma, já então na reserva, que, deslocado para Natal, aqui efetuou os indispensáveis vôos de teste em manobras de parafuso a que foram submetidas todas as aeronaves T 23? - a participação efetiva e solidária de instrutores e alunos na fase inicial de instalação da Unidade? - a ansiedade com que os alunos, dia a dia, acompanhavam a preparação de certas áreas que lhes proporcionariam melhores condições de trabalho e mesmo lazer, como a piscina o campo de esportes, a biblioteca? Como esquecer: - os fins de semana na Rampa? - as modestas, mas acolhedoras instalações que utilizavam para mudança de roupa antes de sair ou entrar no CFPM e as localizadas na Rampa? - o entusiasmo com que enfrentaram a realização do acampamento em Maxaranguape? - a emoção do 1º voo solo e o recebimento do meio Brevê? Quantas recordações! Quantas emoções! Coisas simples, mas expressivamente significativas pelo pioneirismo na sua realização. Mas há um ponto que faço questão de aqui mencionar. Talvez muitos conheçam apenas os efeitos de certas medidas que foram tomadas, mas desconhecem as razões que as motivaram e, por isto mesmo, podem não ter dado a elas o devido valor. Algumas, mesmo, talvez tivessem provocado alguma contrariedade. Não poder ter carro, não poder deixar a cidade de Natal... Todas elas, no entanto, tinham sua razão de ser e eram medidas essencialmente preventivas. Hoje, sem dúvida, vós o sabeis. Mas, algumas delas, exigiam outras para que surtissem os efeitos desejados. Se não podiam ter carro, se não podiam sair de Natal, onde passariam os fins de semana? Era convicção do Comando que todos os esforços deveriam ser desenvolvidos no sentido de que pudéssemos formar militares dignos e profissionais competentes. Mas paralelamente a essa formação, deveria estar presente a imperiosa necessidade de tudo ser feito para que pudéssemos entregar à nossa Corporação e à sociedade cidadãos dignos dos quais todos pudessem se orgulhar. Era então indispensável que em nossas mentes e em nossos procedimentos estivesse presente que o jovem aluno tinha que ser considerado sob um tríplice aspecto. Jamais poderia ser esquecido que além de militares e profissionais eram eles homens e, como tais, sujeitos a todas as emoções e reações de um ser humano. Daí a preocupação que sempre existiu no CFPM de que fosse dada particular importância ao relacionamento Instrutor / Aluno. Uns e outros deveriam não apenas estar convencidos de que este era o melhor caminho a seguir para que a nossa Corporação viesse a usufruir, no futuro, os benefícios desse relacionamento, mas também suficientemente preparados para executá-lo, conduzindo-o sob o manto da disciplina e do respeito ao semelhante. E uma das medidas sugeridas e adotadas foi encontrar um procedimento que permitisse acompanhar e orientar o aluno fora do ambiente de trabalho. Daí a idéia de permitir que os alunos frequentassem as instalações da Rampa para que ali não só usufruíssem o lazer que o Clube lhes poderia proporcionar, como também, para que fossem observados e orientados fora das atividades profissionais, idéia que, na época, originou certos temores, maiores ou menores, por parte de alguns que temiam possíveis riscos à disciplina, considerando o tipo de atividades que nos propúnhamos desenvolver, temores que, em momento algum, encontrou eco na Organização. E com que alegria e orgulho constatamos e vós estimados Instrutores e Alunos naquela época, melhor que qualquer outra pessoa podereis testemunhar que durante os quatro anos de vida do CFPM não houve sequer um mínimo de falta de respeito a superiores muito menos de indisciplina. Sabemos, todos nós sabemos que ao longo desses quarenta anos inúmeras mudanças ocorreram no que se refere à formação técnico-profissional dos oficiais aviadores, fato normal na vida de uma Organização que sempre se distinguiu pelo dinamismo que impõe às suas atividades e pela audácia com que encara e executa as modificações de rumo que se fazem necessárias. Mas uma coisa, desde então, não se modificou o relacionamento Instrutor / Aluno, chefe / subordinado. Aquele sonho que tínhamos e procuramos implantar, não só até hoje perdura como muito foi aperfeiçoado. E com o conhecimento e a experiência adquiridos ao longo dos nossos quarenta anos de Força Aérea e a observação das atividades da nossa Corporação durante mais de seis décadas desde os anos 40 podemos afirmar com toda a convicção, e o fazemos com o maior orgulho de quem contribuiu para tal, que o CFPM representou um divisor de águas no relacionamento Instrutor/ Aluno. E isto ocorreu graças ao trabalho de muitos dos que aqui estão que sentiram e ainda sentem seus efeitos quando integrantes da Turma de 1970 ou na qualidade de seus instrutores, aqui muito bem representados na pessoa do nosso Comandante, Tenente Brigadeiro do Ar Juniti Saito. Daí o orgulho que tenho de ter vivido aquela época! Daí o vosso justo orgulho de terem sido partícipes daquele processo! Mas como os meus alunos e os que comigo serviram como instrutores, também eu, além de militar e profissional, sou um ser humano e, como tal, também sujeito às emoções inerentes a essa situação. E elas estiveram presentes incontáveis vezes durante minha vida no CFPM ou fora dele em fatos a ele relacionados. Permitam-me citar 3 ou 4 deles, uma amostragem do que, sob esse aspecto, eu vivi. - o meu solo em T-37, primeira e única aeronave a reação que voei. E tenho a satisfação de ver aqui o instrutor que me soltou no espaço. O nosso Comandante, o então Ten Saito. - outro ocorreu no dia 15 de abril de 1970. Estava eu na minha sala quando recebi um telefonema do Cmt do 1° EIA consultando-me se podia comparecer ao Esquadrão. Não estranhei, pois era norma minha de conduta sempre ir aonde minha presença fosse necessária ou solicitada. Ao lá chegar fui convidado a comparecer à pista. E qual foi minha surpresa: ali estava o aluno Bohrer esperando o Sub Comandante para receber o cachecol do lachê. Era o pai compartilhando com seu filho a grande conquista. - um terceiro ocorreu às 06:00 horas do dia 08 de outubro quando em frente à sala de embarque do CAN, sentado em um jipe, assisti ao 1° vôo solo do Aluno Bohrer em aeronave T-37. Ali vivi não apenas a emoção de vê-lo liberado pelo instrutor, Ten Vander, após um vôo de revisão, como também ao perceber seu correto procedimento quando, ao vir para pouso, encontrou, na cabeceira da pista, uma formação de nuvens com chuva, daquelas típicas do Nordeste: sem hesitar, com segurança e tranqüilidade, na posição e altitude adequadas, optou pela arremetida, após o que veio para o pouso seguro. - e o 4°, ainda no CFPM, ocorreu no dia 16 de dezembro, quando o Aluno Bohrer recebeu o Diploma e o Brevê de Piloto Militar. - o último que desejo citar, teve lugar na AFA, Organização que tive o privilégio de comandar quando regressei da minha missão de Adido das Forças Armadas à Embaixada do Brasil no Panamá e na qual reencontrei, no 3° ano, a minha última Turma de Alunos do CFPM: a Turma diplomada em 1973. Na AFA, no intuito de integrar os cadetes aos demais setores da Unidade, na última 6ª feira do mês era realizada uma formatura de todo seu efetivo. Na primeira delas estava prevista a execução, durante o desfile, da Canção do CFPM, cuja partitura eu mandara buscar em Natal. O documento, no entanto, não chegou a tempo o que impossibilitou que a música fosse apresentada. Uma emocionante surpresa, no entanto, me estava reservada. No momento em que o 3° ano passava em frente ao local em que ficava o Comandante e foi dado o "olhar à direita", todos seus integrantes iniciaram e executaram a Canção da Unidade que há três anos eles haviam deixado. Confesso que minha emoção foi grande, pois o fato deixou evidente o quanto o CFPM marcara suas vidas. São emoções que jamais serão esquecidas! Tenho consciência, e peço desculpas por isto, que me estendi demais. A verdade, no entanto, é que a pena nós podemos controlar e conter, mas não somos capazes de fazê-lo em relação ao que brota do coração. E o que aqui falamos, nele nasceu! Antes de terminar, como homenagem aos meus alunos da Turma de 1970, desejo citar as palavras finais que lhes foram dirigidas pelo Ministro Márcio por ocasião da sua formatura, em 16 de dezembro de 1970. "Os algarismos anteriores demonstram irretorquivelmente o ritmo intenso do trabalho adotado, comprovando, por igual, a sinergia de esforços e o entusiasmo que constituíram a tônica do interesse e do senso de responsabilidade de instrutores e alunos. Estes últimos, os jovens diplomados de Natal, devem guardar na memória que recebem uma herança a que não podem desmerecer, e, por isso, haverão de empenhar-se em aumentar-lhe o brilho, devotando-se, sem cessar, em vencer as fases subsequentes, indispensáveis à inclusão no quadro de Oficiais Aviadores. Por certo ao CFPM precisarão suceder-se outras etapas de estudos e aprendizagens até se completarem as condições técnicas e culturais requeridas na formação final, mas essas exigências são mais facilmente atingidas quando se beneficiam do estímulo de uma vocação que se revelou e desenvolve-se. Dirijo-lhes, por todos as razões, neste momento muito marcante de suas vidas, palavras de sincero louvor pelo êxito hoje evidenciado e a manifestação da confiança que neles deposito com a arraigada certeza de que prosseguirão empenhados em concretizar a vontade de integrar-se, patrioticamente, ao serviço do Brasil." E vós, como também a mim, não o decepcionastes. Aqui estais comemorando uma carreira, sob todos os aspectos, vitoriosa! Comemorai, meus alunos, vós o mereceis! E que Deus continue vos protegendo! (De pé, delirantes aplausos no auditório!)Discurso do Exmo. Sr. Tenente-Brigadeiro do Ar Natal, 11 de setembro de 2010 Antes de tudo, certamente queremos agradecer a Deus por ter-nos facultado a graça de compartilhar deste maravilhoso encontro de "velhas águias". Que a luz abençoada dos céus deite sobre todos nós paz, harmonia, saúde e alegria de viver, para continuarmos a saborear o melhor dos sentimentos: o espírito de fraternidade que vimos nascer e aprendemos a cultivar, carinhosamente, desde quase "meninos de calças curtas" nos longínquos idos dos bancos das salas de aulas de Barbacena. Com esse espírito, pensamos que será justo externar nossas primeiras homenagens às ilustres personalidades que nos brindam com suas presenças: os Tenentes-Brigadeiros do Ar Juniti Saito, Comandante da Aeronáutica, William de Oliveira Barros, Ministro do Superior Tribunal Militar, Brigadeiro do Ar Clóvis de Athayde Bohrer, pai do Aluno Bohrer e Subcomandante, à época, do saudoso Brigadeiro do Ar Ismael da Motta Paes, Herói da Campanha da Itália e primeiro Comandante do CFPM. Fazendo assim, por extensão, manifestamos profunda gratidão e abraçamos, efusivamente, todos os abnegados e brilhantes Instrutores desta que foi a Primeira Turma de Alunos do Centro de Formação de Pilotos Militares, em Natal, perto de Florânia, a melhor terra do mundo. Caros mestres, do nosso Jardim da Infância da aviação, aqui estamos para trazer-lhes a mensagem de que cada um de nós, à maneira que nos foi possível, e como nos foi permitido pelos desígnios da caminhada, com suas naturais alegrias e agruras, tristezas e felicidades -, sim, tivemos o privilégio de conquistar os mais inatingíveis sonhos e dizer-lhes, como ensinava Immanuel Kant, que "Não há nada mais belo no universo do que um céu estrelado sobre nossas cabeças e o sentimento do dever cumprido no coração." Eis, decerto, como nos sentimos jovens de corpo e alma, vibrantes, jubilosos, radiantes -, sem olvidar a humildade, aquela humildade de que fala Fernando Pessoa, quando nos adverte em seus versos: “O esforço é grande e o homem é pequeno. Assim, ainda lembrando o Poeta que nos pergunta se “valeu a pena”, em uníssono haveremos de responder que sim com os pés no chão, a alma leve dos que sempre sonham alto e o espírito dos guerreiros que lutam o bom combate ¬, sim é um privilégio poder afirmar que fizemos nossa ousada parte nesta magnífica vida que recebemos como o maior dom de Deus. Seguramente, este sentimento de realização somente pôde alcançar sua plenitude por causa do incondicional apoio dos entes queridos que nos acompanharam durante toda a trajetória: com seus incentivos – os nossos inesquecíveis mestres, modelos de comportamento; com seus carinhos, os nossos pais, mães, irmãos, filhos, netos, em especial as nossas mulheres, batalhadoras indômitas, recantos de sossego e amor, sobretudo portos sempre seguros a nos acolher após os embates do quotidiano. A todos, nosso eterno reconhecimento,- recebam o mais afetuoso beijo de gratidão. Estamos juntos para celebrar a vida neste reencontro, momento mágico que nos remete às sábias palavras de Carlos Drummond de Andrade em seu Poema Reinauguração: "Entre o gasto dezembro e o florido janeiro, Que assim seja. Que este fraterno grupo continue a compartilhar, como uma família, a mais pura e perpétua felicidade. Obrigado pelo privilégio de tê-los conhecido e tê-los como verdadeiros amigos! Que Deus continue abençoando os nossos dias com a mesma energia que nos iluminou até aqui, e que sejam muitas nossas vitórias ante os deslumbrantes horizontes do porvir. Obrigado. Terminado o discurso, Azevedo continuou: Inicialmente, quero, em nome de todos os integrantes da Turma Mete a Cepa/Pacó, externar sincero agradecimento ao Coronel-Aviador Décio Dias Gomes, Comandante da Base Aérea de Natal, ao Brigadeiro do Ar Raul Botelho, Comandante da Primeira Força Aérea, Grande Unidade operacional sediada nesta Base Aérea, agregando-se, ademais, a magnífica equipe de profissionais, civis e militares, desde a Praça e o Graduado mais modernos ao Oficial de maior nível hierárquico, que, em perfeita união e total desprendimento, facultaram-nos, com um imenso carinho e espontâneos esforços, a realização deste evento. Posso afirmar com absoluta convicção: nada, nada mesmo, do que estamos tendo o privilégio de ver, rever, reviver e vivenciar, neste cenário de pura magia, teria sido possível, se não fosse o anônimo trabalho e a devotada contribuição dessa "fantástica Esquadrilha, um verdadeiro punhado de amigos". Multo obrigado. Peço-lhes que nos dêem o prazer de identificá-los, ficando de pé para receberem o nosso mais caloroso e fraterno aplauso. Neste intróito, cabe, também, destacar a maravilhosa iniciativa de dois companheiros, Estácio e Corrêa, que, há três anos, na reunião dos 40 anos de BQ, tiveram a brilhante ideia desta empreitada e, fortalecidos pela imediata adesão de todos nós, permitiram que, hoje, mais uma vez emocionados meninos, pudéssemos participar desta vibrante realidade. A ocasião serviu também para o lançamento de um selo personalizado, com o DOM do extinto CFPM e as aeronaves T-21, T-23 e T-37 nele estampadas. A obliteração do selo foi feita, respectivamente, pelo Ten Brig William, pelo Ten Brig Azevedo, pelo Ten Brig Leite, pelo Ten Brig Vilarinho e pelo Brig Athayde. Um representante dos Correios conduziu a cerimônia.
E para encerrar com chave de ouro as atividades ali realizadas, todos os ex-instrutores foram convidados a subir ao palco para receberem, merecidamente e com muito carinho, uma salva de palmas dos seus ex-alunos. Mais um momento vibrante e histórico!
Dado por encerrado o encontro no auditório, houve um tour pela Base Aérea. E cada setor das antigas instalações por onde passávamos o rancho, o alojamento, o cassino dos alunos, e outros -, com certeza trazia muitas lembranças daqueles velhos tempos. Chega a hora do descerramento de duas placas comemorativas: uma, institucional, mandada confeccionar pelo Comando da Aeronáutica; outra, pela Turma Mete a Cepa, contendo o nome de todos os alunos matriculados no CFPM em 1970. Ambas foram se juntar a uma terceira já existente, no monumento do T-23 - o velho Zarapa. Na ocasião, o Maj Brig Josuá, Vice-Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica e ex-aluno da última Turma do CFPM (1973) e o Brig Athayde fizeram a entrega ao Comandante da Base, Cel. Dias Gomes, de um exemplar do Livro Histórico daquela Turma (BQ 1970) para permanecer no Salão Nobre da Unidade, porque neste livro foram dedicadas vinte e cinco páginas à trajetória do CFPM. O cerimonial da Base Aérea de Natal conduziu os dois acontecimentos.
Encerrada a cerimônia, nos dirigimos para as imediações do prédio do Comando da BANT, onde quatro acontecimentos sucessivos marcariam o momento: descerramento de uma placa, homenagem da nossa Turma aos oficiais que compunham o quadro do CFPM em 1970; reinauguração de outra placa, que já existia, mas que mudou de lugar, contendo o nome de guerra dos alunos que concluíram o curso de formação de pilotos militares em 1970; o desfile dos ex-alunos; e, por último, a foto do grupão.
A essa altura, já era grande a ansiedade para a tradicional parada da tropa. É chegada a hora. Sob o comando do “não-menos-vibrador” Brig Athayde, a tropa, perfilada, é apresentada ao Comandante da Aeronáutica, que autoriza o desfile. Garbosos, como sempre, e cantando vibrantemente o Hino do Aviador, lá vamos nós, os mesmos meninos de 1970, sob os olhares atentos dos nossos familiares e demais convidados. Como nos velhos tempos, cobertura e alinhamento perfeitos. A adrenalina aflora, o corpo arrepia. Foram poucos minutos, mas como ficarão eternos em nossas mentes! Termina o desfile. O Brigadeiro Athayde dá o fora de forma, ao que respondemos, bem alto e uníssonos: “BOHRER!”
Começa a mobilização para a foto do grupão, em frente ao prédio do Comando.
É hora do almoço de confraternização. Todos se dirigem à sede da ASFAN Ação Social da Família Aeronáutica de Natal, cuja Presidente é a Sra. Therezinha Lage Dias Gomes, esposa do Sr. Cmt da BANT, Cel Av Décio Dias Gomes, a quem agradecemos pela cessão do espaço. Detalhe: a sede já foi morada dos Comandantes do CFPM e do então Comandante da Base nos anos 60, Cel Av Burnier, pai do Tenente-Brigadeiro Burnier, atual Comandante-Geral de Operações Aéreas, e sogro do nosso colega de Turma 67¬-347 Alexandre - ‘Xandinho’. Quanta coincidência! E como se não bastasse o modo como vínhamos sendo tratados, desde a nossa chegada à Base até aquele momento, tivemos um bufê de gala, com a inclusão de música ambiente tocada por alguns componentes da Banda da Corporação. E o repertório não podia ter sido melhor. Cabe ressaltar que o Corrêa da Cunha teve grande culpa nessa alegria toda; afinal, ele escolheu pelo menos trinta músicas do repertório apresentado. Valeu, garoto! E por falar em Corrêa da Cunha, ele e o Serginho - o careca mais charmoso da Força Aérea - não resistindo à tentação, pediram emprestados, durante um intervalo da Banda, a guitarra e o baixo dos músicos. O Alevato não deixou por menos, apoderando-se da “batera”. Os três deram um show à parte, mas não antes de se juntarem a eles o “Marrom” e o Moura Azevedo, fazendo o vocal. E o que se viu foi um clima contagiante com gente cantando e dançando simultaneamente. Não faltou nem “Tous les garçons et les filles de mon âge”, de Françoise Hardy, – para nós, hoje, quase que hino obrigatório nos nossos encontros festivos. Mas houve, é claro, muitas músicas do cancioneiro atual, também. Cabe ressaltar que nessa ocasião nosso Ten Brig Azevedo aproveitou para, em nome da Turma Mete a Cepa, fazer a entrega de uma pequena águia, símbolo da Força Aérea, ao querido Corrêa da Cunha, pelo empenho, carinho, atenção e eficiência com que, junto ao Comando da Base, agilizou as coisas em Natal facilitando o nosso lado. Tudo “Nota 10”!
Àquela altura, se o inesquecível ‘Capitão’ Castello estivesse ali conosco, com certeza já estaria perguntando, alto e em bom som: “ALGUÉM CANSADO?”. Ao que responderíamos, com a mesma intensidade: “NÃÃÃOOO!!!” Ainda bem, pois o sábado ainda nos reservava, à noite, o Coquetel de Despedida no COFAN – Clube de Oficiais da Aeronáutica de Natal. A noite chega. Aos poucos surgem “os meninos”; alguns acompanhados, outros, não, mas cheios de alegria e de encantamento. E tal como no almoço, são recebidos com um belo bufê. Mas isso não era tudo. Entre um drinque e outro, a música ao vivo e a pista de dança à beira da piscina davam um toque especial à festa. E para completar, um telão foi montado para a exibição do filme “Por amor a um ideal”, que trata da trajetória de um jovem que entra na FAB para ser aviador, do seu ingresso até o aspirantado, passando pelo CFPM, em Natal, e pela AFA, nos Afonsos e em Pirassununga. O protagonista do filme é o “Cadete Kramer”, interpretado pelo 67-001 Bittencourt. Nesse filme aparecem as turmas de 66 (AFA-Pirassununga), 67(AFA-Afonsos) e 68(CFPM-Natal). Beleza pura! CENAS DO COQUETEL DE DESPEDIDAJá tarde, chega a hora dos abraços de despedida no Clube. Hora de começarmos a tecer os primeiros comentários sobre tudo que aconteceu naquele fim de semana. Quem não pôde ir ao Encontro, certamente perdeu um momento ímpar, entre todos os que já tivemos até então. Já os que foram, hão de guardar para sempre, na mente e no coração, a grandeza dos momentos ali vividos e a certeza de que, afinal, ... ... TUDO COMEÇOU COM A GENTE! Texto e fotos: |
Aproveito a oportunidade para agradecer a todos que foram ao evento, pois muitos deles, havia mais de 40 anos, desde dezembro de 69, que não os via: Bohrer, Whitney, Agostine, Hamilton, Borzeguin, entre outros. Grande Corrêa: Brilhante trabalho ("Como d'habitude!"). Foi o fecho de ouro. E como diria o nosso Cmt Sérgio Ramos: BRAVO ZULU!!! Grande Marrom, BOM DIA AMIGOS!!!!! Aos componentes da turma de 1970 do CFPM e seus instrutores, obrigado por fazerem parte da minha vida. Marron, acrescente aos cumprimentos recebidos os meus parabéns, a você e a todos os que se envolveram no projeto, também pelo que entendo elevado índice de comparecimento. Sei não, mas me parece que até para uma reunião em BQ, mais perto para todos, o número de presença foi mais que significativo. De volta às lides, parabéns a todos nós!!!!! Prezados companheiros, Prezado Cmt Dias Gomes, Amigos Corrêa, Petrauskas, Mariano e Estácio, Gostaria de externar meus agradecimentos aos amigos Corrêa, Petrauskas e Mariano pelo trabalho na excelente festa que foi este nosso encontro em Natal. Tudo, repito, tudo foi muito bom e quem não foi perdeu um festaralho para ficar para sempre na nossa memória. Prezado Boher, Prezados João Estácio , Corrêa e demais companheiros da turma "Mete a Cepa", Sinto-me na obrigação de agradecer de todo coração a todos desta brilhante turma , os dias maravilhosos que passamos neste final de semana em Natal . Foram realmente dias inesquecíveis , relembrando fatos passados em 1970 , quando ainda éramos instrutores "novinhos ", dando instrução aos também " novinhos " alunos vindos da EPCAR. Dia marcante o de sábado com as palavras do Brigadeiro Athayde , que realmente nos deixou bastante emocionados ao nos transportar para aqueles saudosos dias de instrução, na nacele do " potente " Zarapa ou no canopi do T-37. Irmãos da Turma Mete a Cêpa, Amorim, As belissimas palavras do Boher .vindas do fundo do coração .dizem do sentimento de todós nós e mais não precisa ser dito foi algo inesquecivel mil anos eu viva .meus agradecimentos a todos .dos anfitriões que fizeram uma festa inenarrável aos nossos colegas Estácio Correa da Cunha enfim sem a dedicação deles e de todos nada teria sido possivel e eu assim como muitos não teriamos tido essa emoção sem igual que foi voltar aos nossos sonhos de juventude.Agradeço e muito tambem a disponibilização do avião que levou alguns da turma pois eu não poderia ter estado lá sem essa benesse. Estava acessando os emails mais recentes e fui lendo e me emocionando; primeiro (último postado) foi o do De Oliveira,;depois o do Sérgio Krék e agora o Bira nos envia o "Oficial".Como sabem não fui prá Natal; fui desligado nos Afonsos.Como bem descreveu o De Oliveira nós tínhamos saudades de uma coisa não vivida e que precisava ser "exorcisada". Foi muito bom estar com todos vocês em Natal ou no Natal como dizem os Potiguares. Minha esposa, que como eu "estreiamos" nos encontros da "mete-a-cepa" nos 40 anos de BQ; costuma dizer que o que a comove é ver o brilho no olhar de cada um de nós quando reconhecemos um companheiro; ver como nos transformamos naqueles "meninos" e já tão responsáveis "pré-cadetes" da EPCAr, quando relembramos fatos e "causos".
Serginho Krék! Você, Correia e Alevato nos fizeram lembrar da alegria de nossa juventude. Para mim foi um dos pontos altos do encontro rivalizando com o discurso do "Comandante Boher" e com a "Parada diária". Caro Estácio/Petrauskas COLV Corrêa. Prezado IN Mallet, Caro Aluno Bohrer! Prezados amigos, Emoção no reencontro dos pioneiros do CFPM Amigos, Prezado Estácio, As duas melhores reuniões da Turma foram as da época de quando mais mandamos na Força Aérea, ou seja, a de 1977, como Tenentes, quando enchemos o pátio de estacionamento com nossas aeronaves, e a de Ten.Brig. quando enchemos de amigos autoridades e emoções o nosso querido CFPM. Xxxabi Prezado Estácio, Prezado Estácio, Aos Colegas 67 Caro Amigo Márcio Rosa; Prezados amigos da Turma, Prezado Dias Gomes, Ainda não completamente refeito das emoções vividas por ocasião das comemorações do 40º aniversário da ativação do CFPM e da formatura da 1ª Turma por ele formada - a pioneira Turma CFPM 1970 , desejo, por seu intermédio, externar aos meus estimadíssimos ex-alunos da Turma Mete a Cepa, meu profundo reconhecimento pelas atenções e pelo carinho com que por eles fui distinguido na ocasião. Prezado Santos Oliveira Uma vez mais, meu caro Santos Oliveira, registro a minha admiração pelo excelente, |